Sabendo-se que os indicadores económico-sociais indicam uma contínua tendência para a concentração das pessoas nas cidades, perceciona-se um fenómeno de especificidade nos territórios de baixa densidade, ao qual optámos por designar por “muito baixa densidade”, caraterizado por zonas do território com muito pouca população e com grande grau de dispersão que compromete fortemente as questões da mobilidade e da acessibilidade em condições de equidade e o acesso aos serviços públicos de proximidade.
Considerando que estes fenómenos são potencialmente geradores de condições discriminatórias e de perda de oportunidades, urge possibilitar a redução das assimetrias provocadas, com vista a garantir respostas para a generalidade dos desafios societais.
De facto, no Alentejo há territórios de povoamento rarefeito e de baixa densidade, cujas necessidades de transporte não conseguem ser eficientemente asseguradas pelo transporte coletivo regular, com horários e rotas fixas, uma vez que economicamente é pouco viável e pouco atrativo.
Assim, para assegurar a mobilidade da população em espaço rural e promover a inclusão social é necessário um novo tipo de oferta de transportes que permita uma cobertura territorial mais ampla, com níveis de serviço adequados e com custos controlados. É neste contexto que a CCDR Alentejo, em parceria com os municípios de Reguengos de Monsaraz, Moura, Beja, Mértola, Odemira e Vendas Novas, desenvolveu este projeto piloto e experimental denominado Transporte a Pedido.
A iniciativa tem como objetivo disponibilizar uma solução de “Mobilidade Como Serviço do Alentejo” e garantir uma resposta adequada e complementar às necessidades dos cidadãos.
O Transporte a Pedido é um serviço disponibilizado pelo município que pretende complementar os serviços existentes, em locais onde ele não existe ou é deficitário, nunca se sobrepondo à oferta existente.
O modelo preconizado permite a gestão, otimização e comunicação da informação, bem como a interação com os agentes através de vários canais de comunicação e garantir a qualidade, segurança e confidencialidade do serviço.
No futuro, o objetivo passa por alargar a todos os concelhos da Região do Alentejo, nos quais a CCDR Alentejo tem competência de coordenação de políticas regionais.